Concordância verbal: Guia definitivo

A concordância verbal é uma regra gramatical que estabelece a concordância entre o verbo e o sujeito (agente no contexto da frase) de uma oração.

A correta aplicação da concordância verbal é essencial para garantir a clareza da comunicação escrita e falada. 

Portanto, apresentarei a seguir algumas regras básicas para a concordância verbal na língua portuguesa.

Além disso, no final, darei dicas sobre os erros mais comuns que podem prejudicar o desempenho nos exames como o ENEM, vestibulares e concursos.

#1 Concordância verbal com sujeito simples

Quando o sujeito da frase é simples, ou seja, representa uma única pessoa, objeto ou ideia, o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito.

Observe: 

  1. Sasha gosta de aves.

Sasha é o sujeito (agente da frase), está no singular e se refere a terceira pessoa do discurso (ela). O verbo gosta está concordando com o sujeito.

Agora olhe os exemplos abaixo: 

  1. (Singular) Você fez um bom negócio com esse imóvel.  / (Plural) Vocês fizeram um bom negócio com esse imóvel. 

Quando o sujeito for um pronome de tratamento – nesse caso o você/s – o verbo sempre estará em terceira pessoa (ele/ela/eles/elas) como podemos perceber em fez e fizeram.

Do mesmo modo, quando o sujeito simples for representado por um substantivo coletivo, pela expressão mais de um ou pela expressão um ou outro, o verbo sempre fica no singular. 

  1. A multidão aplaudiu entusiasticamente o artista no final do show. 

Notamos o coletivo “multidão” acompanhado do verbo singular. 

  1. Na empresa, mais de um funcionário se candidatou ao cargo de gerente.
  2. Um ou outro aluno poderá participar da excursão escolar.

Em primeiro lugar, notamos como o sujeito não está no início da primeira oração (uma frase com verbo).

Ainda assim, podemos o reconhecer como um agente da ação da frase. O verbo passado candidatou está no singular, assim como o verbo futuro poderá para concordarem com as expressões que ambos acompanham. 

Contudo, se o sujeito formado por expressões que representam uma parte de um todo ou uma quantidade indeterminada de algo como a maioria, a maior parte, o menor número, grande quantidade, etc., seguidas de substantivos no plural, o verbo pode ficar tanto no singular como no plural.

  1. (Singular) A maioria dos estudantes entregou os trabalhos no prazo. / (Plural) A maioria dos estudantes entregaram os trabalhos no prazo.

Bem como outros casos já citados, o verbo segue a terceira pessoa mudando em relação ao número de acordo com a informação que estamos tentando destacar no texto. 

Saiba mais: Erros mais comuns nas redações

#2 Concordância verbal com sujeito composto

Quando o sujeito é composto por duas ou mais palavras, o verbo pode concordar em número e pessoa com o sujeito composto, quando este vier antes:

  1. O pardalzinho e Sacha eram amigos de verdade.

Observe que os dois sujeitos, juntos, estão na terceira pessoa do plural (eles), por isso, o verbo que está na sequência, o verbo “ser”, segue essa conjugação surgindo como “eram”.

Se o sujeito composto vier depois do verbo, ele concorda com o número mais próximo (singular) ou com todos (plural): 

  1. Voltou para casa a menina e seu cachorro.
  2. Voltaram para casa a menina e seu cachorro.

No primeiro caso, é escolhido que o verbo concorde com “menina”, então “voltou” – ou seja, voltar na terceira pessoa do singular (ela) – enquanto no segundo caso, “voltaram” concorda com “eles” que seriam os dois sujeitos. 

Fácil, né? Porque você pode escolher aquele que fique mais adequado ao seu texto. 

#3 Casos especiais de concordância verbal

Às vezes, usamos uma figura de linguagem chamada silepse, que permite que o verbo concorde com um sentido que está implícito no contexto. A silepse pode concordar em gênero, número ou pessoa do discurso. 

  1. Ouro Preto pareceu-nos encantadora
  2. A multidão avançava pela praça, e cantavam o hino nacional.

No primeiro exemplo, o adjetivo está concordando com a palavra “cidade” que está implícita no contexto. No segundo caso, o exemplo é uma silepse de número em que o sujeito do verbo “cantar” é “multidão”.

Outro caso especial de concordância e que muitas vezes é alvo de erros por quem ainda não domina o assunto acontece quando o sujeito vem após o verbo: 

“Fui eu quem fez o trabalho.” (concordância com o pronome pessoal “eu”) / “Chegaram os alunos.” (concordância com o substantivo “alunos”)

É importante observar se o sujeito é representado por um pronome pessoal ou se é um substantivo no plural. 

Agora, observe esse outro exemplo: 

“Disseram que poderá faltar alimentos.” 

A aplicação correta da concordância verbal implica que o verbo deve concordar com o seu sujeito. Nesse caso, se questionarmos o que poderá faltar, a resposta é alimentos. Por isso, para concordar com o sujeito a forma correta dessa oração seria:

“Disseram que poderão faltar alimentos.”

Sendo assim, a primeira coisa que precisamos fazer é procurar pelo sujeito da oração!


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#4 BÔNUS: erros mais frequentes!

Erros comuns de concordância verbal acontecem nos seguintes casos:

  1. Em frases com o verbo fazer marcando tempo, pois trata-se de um verbo impessoal e, nesse caso, ficará sempre na terceira pessoa do singular. Então nunca será “faz” para marcar tempo ou temperatura. Lembre-se sempre da cena que virou meme:
Foto da Rose do filme Titanic

Agora você me pergunta: Mas e o “fazem”? Bom, ele surge quando o verbo fazer assume uma postura pessoal, ou seja, bem próxima de um sujeito que conseguimos perceber qual é! Vou mostrar:

Os professores fazem muito pela escola.

Nas férias, nós fizemos passeios inesquecíveis!

Viu? O sujeito é claro e, assim, o verbo muda para se adequar a ele.  

  1.  Muitos estudantes confundem a concordância do verbo haver, também. Para entendê-lo, podemos dividir em três categorias: 
  2. Com sentido de “existir – é impessoal e conjuga-se somente na terceira pessoa do singular. 

Haviam (existiam) histórias estranhas sobre a mula-sem-cabeça. 

(existem) muitas maravilhas pelo mundo!

Quando está formando locuções, quem transmite impessoalidade é o outro verbo:

Deve haver propostas mais interessantes do que essa…

  1. Com sentido de “fazer – é impessoal e conjuga-se somente na terceira pessoa do singular. Geralmente é usado na marcação de tempo passado:

(faz) muitos anos, num reino antigo e distante…

  1. Com sentido de “ter – na linguagem formal, é pessoal e concorda com o sujeito.

Nós havíamos obtido ótimos resultados nas provas finais.

  1. Um erro frequente é a concordância do verbo ser quando é construído pelos pronomes: tudo, isso, isto ou aquilo e o predicado (o que se diz sobre o sujeito)  está no plural. Nesse caso, o verbo sempre concorda com o predicativo. Observe:

Tudo (sujeito) seriam lembranças longínquas.

Aquilo (sujeito) eram fantasias da infância. 

Em resumo, os estudos de concordância verbal são de extrema importância para os exames como ENEM, vestibulares e concursos, pois demonstram o domínio do candidato sobre as regras gramaticais da língua portuguesa. 

Sendo assim, os examinadores dessas provas costumam avaliar a habilidade dos candidatos em aplicar corretamente as regras de concordância verbal, pois isso reflete a capacidade de compreender e utilizar a gramática de forma adequada.

Então, não deixe de estudar essas dicas!


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Dafne Dias

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