Regência Verbal: um guia prático

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A regência verbal é um importante aspecto da gramática que estuda as relações entre os verbos e os complementos que os acompanham.

Ela determina as regras de como os verbos se relacionam com os termos que os seguem na frase, indicando se o verbo exige um complemento direto, indireto, uma preposição ou, ainda, nenhum complemento. 

Na língua portuguesa, os verbos podem ser classificados em três tipos quanto à regência: transitivos diretos, transitivos indiretos e intransitivos.

  1. O professor ensina a matéria para o aluno. 
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  3. O professor ensina para o aluno
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Muitas questões de vestibular e ENEM testam os conhecimentos dos estudantes sobre esse assunto. Está parecendo difícil? Acompanha a explicação abaixo para entender de vez esse conteúdo! 

Saiba mais: Erros mais comuns nas redações

#1 OS TIPOS DE VERBOS

Um verbo é uma palavra que indica uma ação, um estado ou um fenômeno. Existem diferentes tipos de verbos, mas hoje vamos falar sobre dois deles: o verbo transitivo e o verbo intransitivo.

Um verbo transitivo é aquele que precisa de um complemento para construir o seu sentido. Esse complemento é chamado de objeto.

Por exemplo, quando dizemos “Eu li um livro”, o verbo “ler” é transitivo porque precisa de um objeto, que é “um livro”. Sem o objeto, a frase ficaria incompleta.

Já um verbo intransitivo é aquele que não precisa de um complemento para ter sentido completo. Ele expressa uma ação ou estado sem a necessidade de um objeto. Por exemplo, quando dizemos “Eu dormi”, o verbo “dormir” é intransitivo porque não precisa de um objeto. O sentido da ação já está completo na frase.

Vamos ver mais exemplos:

  1. Verbo transitivo: “Eu comi uma maçã.” 

O verbo “comer” é transitivo porque precisa do objeto “uma maçã” para completar o sentido da ação de comer.

  1. Verbo intransitivo: “Eu corri no parque.” 

O verbo “correr” é intransitivo porque não precisa de um objeto. A frase está completa e o sentido da ação de correr está claro.

Então, resumindo, um verbo transitivo precisa de um complemento, chamado de objeto, para completar o sentido da ação. Já um verbo intransitivo não precisa de um objeto, pois já tem sentido completo na frase.


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#2 VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS

Existem dois tipos de verbos transitivos. 

O verbo transitivo direto precisa de um complemento que vai diretamente após o verbo, sem preposição. Exemplo: “Eu li o livro”.  Já o verbo transitivo indireto precisará de um complemento que usa uma preposição para ligá-lo ao verbo. Exemplo: “Eu falei com minha amiga”.

Para determinar a transitividade de um verbo, eu ensino meus alunos a fazerem algumas perguntas para os verbos e seus complementos. As perguntas variam de acordo com o tipo de transitividade que você deseja identificar. Vamos ver como fazer para descobrir se um verbo é transitivo direto, transitivo indireto ou intransitivo:

  1. Verbo Transitivo Direto:

Para descobrir se um verbo é transitivo direto, pergunte: “O quê?” ou “Quem?” em relação ao verbo. Se a resposta à pergunta é um complemento sem o uso de preposição, o verbo é transitivo direto.

Por exemplo:

Frase: “Eu li um livro.”

Pergunta: “Eu li o quê?” ou “Eu li quem?”

Resposta: “Eu li um livro.”

Nesse caso, o verbo “ler” é transitivo direto, pois exige um objeto direto (“um livro”) para completar o sentido da ação.

  1. Verbo Transitivo Indireto:

Para descobrir se um verbo é transitivo indireto, pergunte: “Em quem?” ou “De quem?” em relação ao verbo. Se a resposta à pergunta é um complemento precedido por uma preposição, o verbo é transitivo indireto.

Exemplo:

Frase: “Ela confia em seus amigos.”

Pergunta: “Ela confia em quem?”

Resposta: “Ela confia em seus amigos.”

Nesse caso, o verbo “confiar” é transitivo indireto, pois exige um objeto indireto (“em seus amigos”) para completar o sentido da ação.

  1. Verbo Intransitivo:

Para descobrir se um verbo é intransitivo, pergunte: “O que aconteceu?” ou “O que foi feito?” em relação ao verbo. Se a resposta à pergunta não mostrar um complemento que construa  o sentido da ação, o verbo é intransitivo.

Por Exemplo:

Frase: “Ele dormiu.”

Pergunta: “O que aconteceu?”

Resposta: “Ele dormiu.”

Nesse caso, o verbo “dormir” é intransitivo, pois não exige nenhum componente a mais  para ter sentido completo.

Importante lembrar que alguns verbos podem ser transitivos diretos e indiretos, exigindo ambos os tipos de complementos. Além disso, o contexto da frase pode influenciar a transitividade de alguns verbos. A prática e o estudo contínuo ajudam a identificar melhor a transitividade dos verbos na língua portuguesa.

Quadro com estudante segurando um caderno

#3 CASOS EM QUE A REGÊNCIA MUDA O SENTIDO DOS VERBOS:

Dependendo da regência, os verbos podem ter o seu sentido modificado. Confira:

  1. ASPIRAR

Transitivo direto – sorver, inalar, absorver:

Aspirou o perfume da rosa

Transitivo indireto – desejar, almejar, ambicionar:

Ele aspirava ao cargo político.

Como transitivo indireto, esse verbo aceita apenas as formas retas ele(s), ela(s), regidas de preposição: A glória, muitos aspiram a ela.

  1. ASSISTIR

Transitivo direto – socorrer, ajudar, prestar assistência:

A enfermeira assistiu a criança.

Transitivo indireto – ver, presenciar:

Os dois assistiam ao jogo.

Como transitivo indireto, esse verbo aceita apenas as formas retas ele(s), ela(s), regidas de preposição:

O filme é ótimo, todos querem assistir a ele.

Transitivo indireto – caber, competir:

Não Ihe assiste este dever.

Intransitivo – morar, residir:

O presidente assiste em Brasília.

  1. CHAMAR

Transitivo direto – convocar:

O juiz chamou o réu à sua presença.

Transitivo direto ou transitivo indireto – denominar, apelidar (admite mais de uma construção, podendo vir ou não preposicionado):

Chamou-o covarde (transitivo direto).

Chamou-lhe covarde (transitivo indireto).

Chamou-o de covarde (transitivo direto).

Chamou-lhe de covarde (transitivo indireto).

transitivo indireto – invocar (seguido da preposição por):

Chamou por Deus naquele momento difícil.

  1. CUSTAR

Transitivo direto – valer:

O carro custou quarenta mil reais.

Transitivo indireto – ser difícil. É conjugado como verbo reflexivo, na terceira pessoa do singular, e o seu sujeito é uma oração reduzida de infinitivo:

Custou-me aceitar suas desculpas.

  1. ESQUECER 

Pode ter duas regências, no sentido de “não ter lembrança ou memória”:

Transitivo direto – (não é pronominal):

Mário esqueceu o dinheiro

Transitivo indireto – (como verbo pronominal)

Mário esqueceuse do dinheiro.

  1. IMPLICAR

Transitivo direto – embaraçar:

O vizinho implicou-o no caso,

Transitivo direto – causar, envolver:

Sua participação não implica nenhuma consequência.

Transitivo indireto – antipatizar

O cliente implicou com o vendedor.

  1. LEMBRAR 

No sentido de “ter lembrança ou memória”, apresenta duas regências:

Transitivo direto (não-pronominal):

Lembrou o seu nome.

Transitivo indireto (pronominal)

Lembrou-se do seu nome.

No sentido de fazer recordar’, ” advertir’, esse verbo é transitivo direto e indireto:

Lembrei a ela a data do exame.

  1. NECESSITAR

Transitivo direto ou transitivo indireto precisar:

Necessitava o seu apoio.

Necessitava de seu apoio.

  1. OBEDECER/DESOBEDECER

Transitivo indireto – submeter-se, cumprir ordens:

Obedecia a seus instintos.

Não desobedeça às leis de trânsito.

  1. PRECISAR

Transitivo direto – indicar com certeza:

Ele precisou o lugar do encontro

Transitivo indireto – ter necessidade

Os presos precisam de melhores condições de “melhores condições tratamento”

  1. PREFERIR

Transitivo direto – ter preferência (sem sugerir a escolha):

O menino preferia chocolate.

Transitivo direto e indireto – ter preferência (sugerindo a escolha):

O menino prefere chocolate a doce de leite.

Atenção: O verbo preferir não admite este tipo de construção: 

Preferia mais vinho do que cerveja.

O correto é: Preferia vinho a cerveja.

  1. RESPONDER

Transitivo direto ou transitivo indireto- dar resposta:

O aluno já respondeu a questão.

A balconista respondeu à cliente.

Como notamos, a regência verbal pode definir o sentido do verbo. Ao dominar a regência verbal, torna-se mais fácil comunicar ideias e informações de maneira adequada e coerente. 

Não esqueça de conhecer mais sobre preposição e crase para complementar seus estudos!


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Dafne Dias

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