Tema para Redação: Pobreza Menstrual (Dicas e Análise)

Um estudo produzido pelo UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em conjunto com o UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) mostra que mais de 700 mil pessoas que menstruam vivem sem acesso a estruturas de higiene em casa – como banheiros e chuveiros.

Além disso, aponta o estudo “Pobreza Menstrual no Brasil”, mais de 4 milhões de estudantes não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

Sendo assim, o Brasil, com tantas outras questões desencadeadas pela desigualdade social, ainda se destaca nessa: o problema da pobreza menstrual. Além disso, o estigma acerca do tema da menstruação contribuiu ainda mais para o silenciamento do problema.

Tabus negativos sobre o assunto condicionam mulheres a entender a menstruação como algo a ser escondido.

Como esta é uma questão de saúde pública, integridade social e direitos humanos, ela se configura como um tema apropriado para uma redação de vestibular ou do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), por exemplo.

Saiba mais: Temas para Redação

Para que você esteja preparado para produzir um texto sobre o tema, preparamos uma redação nota máxima para indicar o caminho – mas, antes disso, algumas dicas para produzir textos nota máxima:

  • Leia e analise redações nota máxima;
  • Esteja atento a estrutura da redação – seja ela uma redação do ENEM ou um texto produzido para um vestibular específico;
  • Pratique a escrita e reescrita da redação – você só aprenderá a escrever bons textos escrevendo.
  • Estude possíveis temas para não ser pego de surpresa no momento do exame.
Quadro com absorvente e remédio anticoncepcional

Exemplo de redação nota mil

Proposta: Redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Desafios para o combate à pobreza menstrual no Brasil”. Apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Selecione, organize e relacione de forma coesa argumentos que defendam seu ponto de vista. A redação deve ser redigida de acordo com a norma culta da língua portuguesa.

Segundo o artigo 196 da Constituição Federal do Brasil, a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Entretanto, esse direito é posto à prova quando o assunto são os desafios que o país enfrenta para combater a pobreza menstrual[1].

Nesse sentido, em vista da desigualdade social e de gênero, que percorre todo o país, assim como a negligência na instituição de políticas públicas por parte do Estado[2], a pobreza menstrual afeta diversos cidadãos brasileiros.

Em primeiro lugar, a ausência da equidade de gênero no Brasil impede a resolução da questão da pobreza menstrual. Segundo Augusto Cury, o sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças.


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Nesse sentido, é bastante claro que, em respeito às diferenças, pessoas que passam pelo período menstrual devem ser assistidas de maneira diferente – com auxílio sempre que necessário nesses períodos[3].

Entretanto, a falta desse suporte, causada pela desigualdade, é geradora de miséria, vulnerabilidade, privação dos direitos e ir de vir e consequências à saúde mental e física. [4]

Em segundo lugar, para além disso, a falta de investimento em políticas públicas assistivas a essa parcela da população é um agravante às situações de desigualdade.

Exemplificando essa questão, em 2021, o Congresso Nacional vetou a lei de criação do Programa de Proteção da Saúde Menstrual – que propunha a distribuição de absorventes gratuitos a pessoas de baixa renda[5].

Assim sendo, é clara a negligência governamental a respeito do combate a falta de condições de higiene menstrual – compactuando com as desigualdades já instituídas no país, assim como com a persistência do problema.

[6] Conclui-se, portanto, que medidas são necessárias para reverter o cenário de desafios da pobreza menstrual no Brasil.

Assim, cabe ao poder público [7]  – pelas vias do Ministério da Educação, da Saúde, e das Mulheres [11]  – promover, por meio de campanhas e um novo projeto de lei[8], igualdade social e de gênero no que diz respeito ao acesso a recursos de higiene pessoal[9]para os cuidados com a menstruação, a fim de sanar a miséria menstrual no país [10].

Dessa forma, o direito à saúde, instituído pela Constituição, estará um passo à frente de ser garantido.


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Análise da redação

[1] A tese desse texto é a de que o direito previsto pela Constituição não é garantido quando o tema é saúde e cuidado menstrual no Brasil – pois o país enfrenta diversos desafios no combate à pobreza menstrual.

Essa é uma tese bastante válida e pertinente. Vemos, ao longo de todo o texto, que ela é defendida pelos argumentos selecionados.

[2] Os argumentos que serão desenvolvidos durante a redação também são apresentados logo na introdução.

Eles apontam que os desafios para a pobreza menstrual no Brasil são: a desigualdade social e de gênero; a negligência do poder público a respeito do problema.

[3] No desenvolvimento, o argumento da desigualdade é desenvolvido com uma citação do autor Augusto Cury – um dos psiquiatras mais lidos do mundo – a respeito das diferenças.

O argumento é aprofundado pelo apontamento de que a falta de respeito às diferenças é o que causa as desigualdades.

Assim, a falta de assistência e respeito às pessoas que vivem o ciclo menstrual comprova falta de equidade entre os indivíduos da população brasileira.

[4] O parágrafo ainda cita as consequências desse problema: “miséria, vulnerabilidade, privação dos direitos de ir e vir e consequências à saúde mental e física”

[5] O segundo argumento – de negligência do poder público – é comprovado por um dado/fato de 2021, em que o Congresso derruba um projeto de lei que garantiria a indivíduos de baixa renda o direito a recursos de higiene básica nos períodos menstruais.

Aqui, vemos como conhecimentos sociais e políticos contribuem com nossa argumentação durante a escrita do texto dissertativo-argumentativo.

[6] O parágrafo de conclusão termina – como era solicitado pela proposta – com uma intervenção para a resolução dos problemas e desafios levantados pela redação.

Nestes casos, se a recomendação da redação exigir uma proposta de intervenção, não se esqueça de apresentar, como nessa redação: [7]o agente da proposta; [8] o meio para a realização dessa proposta; [9] a proposta (a ação); [10] a finalidade da proposta; e o [11] detalhamento de algum dos itens anteriores.

Gostou desse conteúdo? Acompanhe nossas postagens para mais dicas e análises de redação. Bons estudos!


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Deisy Souza

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