Pronomes: Dicas de ouro para não errar

Os pronomes são palavras que substituem nomes ou substantivos, a fim de evitar a repetição excessiva dessas palavras na comunicação.

São tantos tipos de pronomes que meus alunos costumam achar difícil não usá-los de forma inadequada em suas redações.

Pensando nisso, separei as dicas que eles mais utilizam.

Elas são essenciais para elevar a nota na Competência I e Competência IV do ENEM que se referem à norma padrão escrita e ao uso de mecanismos linguísticos.

Saiba mais: Erros mais comuns nas redações

#1 Não cometa esses erros…

Os pronomes de tratamento são pronomes especiais usados para se dirigir a pessoas de maneira respeitosa, levando em consideração a posição hierárquica, o cargo, o título ou o status social da pessoa.

Como regra geral, os pronomes de tratamento são acompanhados de formas verbais e pronomes na terceira pessoa. Veja:

  1. “Vossa Excelência tem o poder de tomar essa decisão importante.”

É importante lembrar que usamos “Vossa” quando falamos diretamente com a pessoa, na segunda pessoa do discurso, e usamos “Sua” quando falamos sobre a pessoa, na terceira pessoa.

  1. “Sua Excelência é conhecida por sua competência e dedicação.”

Observe que nos dois casos, os verbos estão em terceira pessoa (ela).

Agora, um pronome de tratamento muito utilizado nas redações dissertativas argumentativas (as de Enem e vestibulares) é o “você”.

Porém, esse pronome cria um tom pessoal demais em redações do ENEM e Vestibular e certamente perderá alguns pontos se utilizar o “você” na redação.

Por fim, esse tópico nunca se utiliza “mesmo” como pronome pessoal ou de tratamento.

Quer ver? 

  1.  No seu discurso, o Ministro da Educação ressaltou a importância de investir em tecnologia educacional para promover a inclusão, o mesmo pretende melhorar a qualidade do ensino em todo o país.

O equívoco quase passa despercebido quando utiliza-se “mesmo” no lugar de “ele”. A frase soa muito bem e acreditamos estar seguindo corretamente a norma culta, mas é uma pegadinha que criamos com a fala.

Não caia nessa na hora de escrever!

#2 Pronomes oblíquos: nunca mais erre

Uma dúvida muito comum entre os estudantes é sobre a colocação pronominal.

Relembramos que os pronomes oblíquos, também conhecidos como pronomes átonos ou pronomes pessoais oblíquos, são pronomes que desempenham a função de complemento de verbos. Eles substituem os objetos diretos e indiretos dos verbos[1] , permitindo evitar a repetição de substantivos na comunicação.

São eles: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.

Então aqui vai três regrinhas bem simples pra você estudar e nunca mais errar nas suas redações…

  1. Não comece com suas frases com “Se” + verbo.

Inadequado: “Se encontraram muitas dificuldades no caminho.”

Adequado: Encontraram-se muitas dificuldades no caminho.”

  1. Quando usamos palavras negativas como “não”, “nunca”, “jamais” ou “nem” em uma frase, não podemos colocar o pronome oblíquo átono (como “se”) logo depois delas. Precisamos colocar o pronome antes do verbo.

Inadequado: “Não esqueça-se de usar caneta preta.

Adequado: “Não se esqueça de usar caneta preta.

  1. Quando usamos um pronome como objeto direto, não podemos utilizar o pronome reto (eu, tu, ele/ela) diretamente.

Inadequado: Convidei eles para estudarmos.

Adequado: Convidei-os para estudarmos.

Estude bem essas três regrinhas e, como resultado, nunca mais irá errar o uso dos pronomes oblíquos.


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#3 Chega de errar o “esse” ou “este”

Já imaginou estar no meio da redação e surge a dúvida: Esse ou este? E o mesmo vale para: Isso ou isto, nesse ou neste, desse ou deste, essa ou nesta, entre outros.

Os pronomes com o encontro de consoantes “ST” se referem ao tempo presente, ou na redação, a algum referente que ainda está por vir no seu texto.

Enquanto os pronomes demonstrativos com “SS” estão referenciando uma informação que já apareceu no seu texto.

Olha esse exemplo sobre acessibilidade da leitura:

  1. “[…] Além disso, há aplicativos como o Be My Eyes, que conecta pessoas com deficiência visual a voluntários por meio de videochamadas. Os voluntários podem oferecer assistência visual em tempo real para tarefas como leitura de rótulos, identificação de objetos e orientações gerais. Esses aplicativos e muitos outros estão sendo desenvolvidos com o objetivo de proporcionar maior autonomia e acesso à informação para pessoas com deficiência visual.”

O primeiro pronome marcado indica que uma informação anterior já havia sido lançada sobre o assunto, já o segundo refere-se aos aplicativos que acabaram de ser citados.

Raramente você vai precisar utilizar o “este” na sua redação.

  1. “As pessoas não estão acostumadas a ouvir sobre este conceito: acessibilidade cognitiva.”

Como é possível notar, “este” com “st” estava anunciando uma informação que ainda viria.

Por fim, os pronomes demonstrativos vão aparecer geralmente após alguma pontuação para te ajudar a retomar com o leitor sua análise anterior.

Uma mão escrevendo

#4 Afinal, o que são pronomes relativos?

Os pronomes relativos mais comuns na língua portuguesa são: “que”, “quem”, “qual”, “cujo”, “quanto”, “onde” e suas variações.

Têm a função de estabelecer uma relação entre duas partes de uma frase, geralmente substituindo um termo anteriormente mencionado.

Os erros mais comuns cometidos com esses pronomes em redações são:

a) O pronome “ondequase sempre é empregado para expressar noção de lugar. Fora desse contexto, é preciso ter muito cuidado para não escorregar na gramática, principalmente na semântica.

Quando não houver indicação de lugar, utilize pronomes relativos como “em que” ou “no qual”.

  1. Essas situações em que constrangemos a pessoa que precisa de acessibilidade…
  2. […] São Paulo. Foi nessa cidade onde viveu por toda sua vida.”

b) O pronome “cujo” é empregado somente quando queremos indicar posse e, por isso, obrigatoriamente deverá vir entre dois substantivos.

Para a concordância em gênero e número, devemos considerar a palavra que vem logo após o “cujo”.

Além disso, é importante ressaltar que nunca devemos utilizar “o” ou “a” imediatamente após o pronome “cujo”.

  1. O aluno cujos trabalhos foram premiados ficou muito feliz.
  2. A cidade, cuja beleza encanta os visitantes, é um destino turístico popular.

c) O pronome “quem” só pode se referir a pessoas e entidades personificadas, nunca a objetos inanimados ou animais.

É importante lembrar que sempre usamos uma preposição[2] antes do pronome.

  1. A pessoa com quem conversei foi muito simpática.
  2. Ele é o assistente social a quem me referi.

Os pronomes relativos têm muito mais regrinhas, mas essas três serão ouro para sua escrita.

#5 Cuidado para não ser ambíguo ao usar pronomes

Um cuidado que sempre peço a meus alunos quando estão escrevendo é rever se há clareza nas informações propostas por eles em suas redações.

Os pronomes podem ser geradores de mal-entendidos.

Por exemplo:

  1. Quando seencontraram, André entregou seus resultados do boletim escolar.

Espera. Resultados de quem? Os de André ou os de outra pessoa? O problema aqui está concentrado no pronome possessivo “seus” que tem a referência difícil de identificar.

  1. Quando encontrou Mariana, André entregou seus resultados do boletim escolar

Perceba que identificar o interlocutor, ou seja, a pessoa com quem se fala, nesse caso, não é o suficiente. A ambiguidade permanece. Com o intuito de evitar esse equívoco, podemos utilizar os pronomes “dele(s)” e “dela(s)”, que também têm função de indicar posse. Olha só:

  1. Quando encontrou Mariana, André entregou os resultados dela no boletim escolar.
  2. Quando encontrou Mariana, André entregou os resultados deles no boletim escolar.
  3. Quando encontrou Mariana, André entregou os resultados dele no boletim escolar.

Bem mais claro, não é?


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Dafne Dias

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