Pontuação: Saiba como usar e evitar erros.

Os sinais de pontuação desempenham um papel crucial na linguagem escrita, indicando pausas (como o ponto, a vírgula e o ponto e vírgula), melodia e entonação (como o ponto de exclamação, o ponto de interrogação e as reticências).

A seguir, apresentaremos algumas orientações valiosas para evitar os erros mais comuns relacionados à pontuação em sua redação para vestibular e Enem.

Continue a leitura!

Saiba mais: Erros mais comuns nas redações

#1 EXCLAMAÇÃO ( ! )

Começamos com a pontuação mais mal utilizada das redações de vestibular: a exclamação!

O ponto de exclamação é usado para expressar sentimentos de forma enfática. Alegria, excitação, susto!

No entanto, na redação, esse tipo de expressão é inadequada.

Além disso, o ENEM penaliza o uso de marcas de sentimentalismo, por isso, é importante lembrar que o objetivo é convencer o leitor com argumentos válidos, mantendo credibilidade e objetividade.


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#2 TRAVESSÃO ( — )

Agora, falaremos sobre o travessão, que é uma pontuação muito usada para iniciar frases de discurso direto (falas e citações), como no exemplo:

Glória perguntou-lhe:

– Por que é que você me pede tanta aspirina? Não estou reclamando, embora isso custe dinheiro.

– É para eu não me doer.

– Como é que é? Hein? Você se dói?

– Eu me dôo o tempo todo.

– Aonde?

– Dentro, não sei explicar.

Nesse trecho do livro “A Hora da Estrela” de Clarice Lispector , notamos a forma mais usual do travessão que é sua posição antes da frase para indicar uma fala.

A cada nova fala, uma nova linha e um novo travessão.

Porém, perceba que no gênero textual dissertativo-argumentativo (aquele do Enem e dos vestibulares) não podemos usar o travessão para indicar discurso direto.

Essa, entretanto, não é a unica função do travessão.

Afinal, essa pontuação também pode ser usada para destacar informações importantes dentro de um texto.

Por exemplo:

  1. O segredo para uma alimentação saudável é simples – consumir mais frutas e vegetais.

Outra forma de usar o travessão na redação do Enem é na introdução de exemplos ou explicações, por exemplo:

  • A cidade está repleta de lugares interessantes – parques, museus, restaurantes e teatros – e os turistas são uma ótima maneira de gerar dinheiro para cidades menores.

Viu como funciona?

Dessa forma, também é possível observar que, quando não está no final da frase, é preciso fechar o travessão.

No final das contas, existem formas de utilizar essa pontuação que a tornam uma ótima opção para diversificar os sinais no seu texto!

#3 RETICÊNCIAS (…)

As reticências são a pontuação usada para indicar um período de dúvida, hesitação, interrupção ou reflexão do interlocutor.

Alguns lugares vão sugerir que você não as use em sua redação, mas como professora, eu digo: use se souber como e com moderação.

Nesse sentido, como devemos então usar os três pontos?

Presta atenção:

“Devemos combater todas as formas de violência baseadas no gênero, como a violência doméstica, assédio sexual, estupro e exploração sexual Essas situações são uma violação dos direitos humanos e têm efeitos devastadores nas vítimas, impactando sua saúde física e mental, bem-estar, autonomia e liberdade.”

Então, o objetivo é permitir que o leitor deduza outras possíveis formas de agressão.

Se por acaso o leitor não se lembrar de nenhuma outra, não há problema, isso não afetará o texto.

Se o leitor se lembrar de outras formas, ótimo, assim como permite ao leitor uma reflexão mais abrangente sobre o assunto.

Agora, experimente ler em voz alta: Perceba o impacto que as reticências têm!

Em outros momentos, a reticências oferece um sentido de dúvida e incertezas, por exemplo:

“É difícil dizer as principais causas da violência doméstica… Sabemos, porém, que é um fato constantemente noticiado.”

Essa dúvida ou hesitação não tem espaço em um texto dissertativo-argumentativo (aquele do Enem e dos vestibulares) em que você deve ser objetivo e mostrar clareza. Por isso, não é recomendado utilizar essa pontuação em casos assim

#4 PONTO E VÍRGULA (;)

Muitos estudantes ignoram as funções específicas dessa pontuação e a utilizam de forma inadequada, não separando orações dentro de uma mesma frase, repetindo verbos e deixando de enumerar tópicos.

Enquanto usamos a vírgula para separar elementos dentro de uma frase, utilizamos o ponto e vírgula para indicar intervalos maiores, como no caso de listas. Por exemplo:

  1. “Eu gosto de estudar matemática, ciências e história.”
  2. “Eu gosto de estudar matemática; minha irmã, ciências; e meu amigo, história.”

Nesse sentido, quando estamos escrevendo, às vezes precisamos separar os itens de uma lista de forma mais clara.

Para isso, usamos o ponto e vírgula.

Ele nos ajuda a separar cada item para que fique mais fácil de entender, especialmente quando os itens já têm vírgulas dentro deles.

Contudo, se a frase que estamos escrevendo é muito longa, é melhor usar palavras de conexão, como “e”, “mas” ou “porque”.

Mais importante do que saber usar uma pontuação é saber quando não usá-la.

#5 ASPAS (“ ”)

As aspas são uma pontuação muito versátil, capazes de desempenhar diversas funções na produção escrita quando usadas adequadamente.

Entre elas, as aspas destacam determinada parte do texto e frequentemente são utilizadas para reproduzir falas.

Vamos analisar juntos alguns exemplos.

Em primeiro lugar:

  1. O professor destacou a importância de “pensar fora da caixa” para resolver problemas.

Nesse caso, a expressão “pensar fora da caixa” está entre aspas para indicar que é um termo usado de maneira figurada, com um significado não literal.

As aspas servem para chamar a atenção do leitor para essa expressão e enfatizar sua importância na fala do professor.

Em segundo lugar:

  1. “Amargo” é uma palavra que pode ser usada para descrever tanto o sabor de um alimento quanto o sentimento de ressentimento.

No trecho citado, as aspas são utilizadas para destacar a palavra “amargo”, ressaltando seu significado e sua aplicação em diferentes contextos.

Nesse caso, a palavra em questão é usada tanto para descrever o sabor de um alimento quanto o sentimento de ressentimento, e as aspas ajudam a enfatizar essa dualidade de significados.

Em seguida:

  1. Citando Albert Einstein: “A imaginação é mais importante que o conhecimento.”

Ao utilizar as aspas, o autor do texto está atribuindo as palavras a Albert Einstein, deixando claro que se trata de uma citação e não de sua própria afirmação.

Esse uso das aspas é comum em textos acadêmicos, mas também na redação dissertativo-argumentativa, pois busca-se referenciar e dar credibilidade ao argumento utilizado no texto.

A utilização de referências em um texto argumentativo é de extrema importância, afinal ela confere credibilidade e embasamento às afirmações apresentadas.

Dessa forma, ao incluir referências em um texto argumentativo, o autor reforça sua autoridade no tema, constrói uma argumentação mais sólida e aumenta a confiança do leitor na sua posição.

Quadro mostra um ponto de interrogação

#6 PONTO FINAL (.)

Por fim, o ponto final é a pontuação favorita para finalizar um parágrafo de textos argumentativos.

Sua presença proporciona uma leitura mais fluída e compreensível, permitindo que o leitor absorva cada argumento de forma individual antes de seguir adiante.

Importante: no título da redação ele é opcional, entretanto, de modo geral, não se utiliza este sinal nessa situação.

Um erro comum nas redações é sua posição em relação as aspas.

Essa pontuação é colocada antes das aspas se a citação inicia e encerra a frase. Porém, quando a citação não inicia, mas encerra a frase, o ponto final fica depois das aspas.

Observe os exemplos:

  1. “O conhecimento é poder”, afirmou Francis Bacon.
  2. Eu concordo com a frase dita por Albert Einstein: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”.

O ponto final é uma pontuação que usamos para indicar o final de uma frase.

É como quando a gente termina de falar uma ideia completa.

Já a vírgula (e essa pontuação merece uma aula só dela!) é usada para separar coisas dentro da mesma frase, como quando queremos listar algumas coisas.

Antes de tudo, é importante saber que o ponto final pode fazer uma pausa de três tipos diferentes:

  • Quando queremos terminar uma ideia completa. (Uma oração)
  • Quando temos várias ideias juntas que fazem sentido completo. (Um período)
  • Quando queremos organizar um grupo de ideias que formam um pensamento maior. (Um parágrafo)

Agora, veja o exemplo:

“Afinal tudo desaparece. E, inteiramente vazio, fico tempo sem fim ocupado em riscar as palavras e os desenhos.

Engrosso as linhas, suprimo as curvas, até que deixo no papel alguns borrões compridos, umas tarjas muito pretas.

Nesse trecho do livro “Angústia” de Graciliano Ramos , temos três pontos finais que encerram os períodos e, no fim, o parágrafo.

As ideias entre esses pontos se juntam e se completam, mas também fazem sentido se a gente lê cada uma separadamente.

Em outras palavras, quando você estiver decidindo se deve usar um ponto final, pense se a frase está completa e se a próxima frase continua o mesmo pensamento.

O ponto final não é uma regra exata, ele pode ter diferentes interpretações. Por isso, leve em conta o contexto e o significado das ideias ao decidir usar esse sinal de pontuação.


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Dafne Dias

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