Tema para redação: Lixo Eletrônico (Dicas e Análise)

O lixo eletrônico – também chamado de E-lixo – pode ser conhecido como resíduo computacional ou resíduo eletrônico e se configura como todo descarte de materiais eletrônicos obsoletos.

Pense em quantos celulares você já teve – onde eles foram parar depois de se tornarem inutilizáveis?

O lixo eletrônico é composto por itens como computadores, celulares, notebooks, impressoras, monitores, TVs, equipamentos eletroportáteis – como calculadoras, câmeras, rádios e muito mais.

O grande problema de todos esses materiais descartáveis é o de que eles contêm resíduos tóxicos muito perigosos para o meio ambiente.

Nesse sentido, a contaminação dos solos e rios por essas substâncias, por exemplo, não é somente uma contaminação – na maioria das vezes, ela pode ser irreversível e bioacumulativa (quando um composto químico é capaz de se acumular em organismos vivos).

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Entre os impactos socioambientais do lixo eletrônico estão: a contaminação dos solos, da água, dos lençóis freáticos; prejuízos à fauna, à flora, à saúde pública; contaminação da cadeia alimentar e consequentemente dos seres humanos.

Se esse fosse o tema de sua prova de redação no vestibular, você saberia discutir sobre ele?

Quando nos propomos a estudar redação, para além do estudo dos temas, precisamos estar atentos ao gênero exigido, à articulação de ideias, ao tamanho do texto, entre muitas outras questões.

Nesse sentido, é muito recomendado – tanto para os alunos iniciantes quanto para aqueles que já treinam o redação a mais tempo – que leiam análises de bons textos dentro do gênero que desejam escrever.

Assim, você conseguirá identificar entre as redações pontos em comum que funcionam muito bem na hora de escrever.

Pensando nisso, elaboramos a análise de um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Lixo eletrônicos e impactos socioambientais no Brasil” para que você possa compreender como escrever uma redação que leve em conta essa temática.


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Lixo Eletrônico – análise de redação

Introdução: A Organização das Nações Unidas aborda em seus objetivos de desenvolvimento sustentável a preservação do meio ambiente.

Contudo, mesmo que essa seja uma pauta mundial, no Brasil, há uma persistência do descarte incorreto do lixo eletrônico (e-lixo) – o que culmina em impactos socioambientais que podem ser irreversíveis.

Nesse contexto, a fim de amenizar esses problemas, é preciso intervir em tais circunstâncias.

  • Comentário: Essa é uma introdução muito bem articulada. Ela começa introduzindo o tema por meio de um dos objetivos da Organização das Nações Unidas (ONU), que é o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, essa contextualização abre uma deixa para mostrar o descaso do brasil com as questões, que é a tese do texto sobre o lixo eletrônico em solo brasileiro:  “no Brasil, há uma persistência do descarte incorreto do lixo eletrônico (e-lixo)”. Ao  afirmar, a partir disso, que essa questão cultiva “em impactos socioambientais que podem ser irreversíveis”, essa redação já deixa claro que esses impactos também serão abordados como argumentos para provas do descaso ambiental do Brasil. Ótima introdução!

Desenvolvimento 1: Em primeiro lugar, é válido destacar que o descarte incorreto do lixo eletrônico no Brasil mostra uma ineficácia do Estado no investimento de estratégias informativas.

Em vista disso, muitas pessoas não sabem como, nem onde, descartar componentes eletroeletrônicos. 

Segundo dados recentes do Global E-Waste Monitor, por exemplo, o Brasil ainda continua sendo o maior produtor de lixo eletrônico da América Latina.

Nesse sentido, a instância governamental, em vez de promover campanhas que situem o cidadão acerca das consequências desse comportamento, contribui para a normalização de práticas incorretas de descarte em todo seu território.

  • Comentário: O desenvolvimento 1 discute muito bem o que foi apontado na tese da introdução, afirmando que o descarte do lixo no Brasil é feito de maneira errônea pelos cidadão brasileiro em vista de infofácil governamental na difusão de informações sobre o assunto. O repertório aqui usado traz a questão do país como o maior produtor de lixo eletrônico da américa latina, o que ajuda a reforçar a ideia do descaso governamental, cumprindo com uma ótima argumentação.

Desenvolvimento 2: Em segundo lugar, deve-se destacar as consequências ambientais causadas pelo lixo eletrônico no Brasil.

Nesse sentido, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, apenas 13% do e-lixo produzido é tratado corretamente no país.

Esse tipo de lixo, por ser feito a partir de altas tecnologias, contém substâncias tóxicas e metais pesados capazes de contaminar o solo, a água e os alimentos – o que impacta o ambiente, a saúde e o modo de viver dos seres humanos, podendo chegar a consequências socioambientais irreversíveis à sua vivência.  

  • Comentário: Logo na introdução afirmamos que a própria tese apontava para as consequências da questão como um argumento que poderia ser usado para provar o quão ruim era o descarte errôneo do lixo. Esse parágrafo de desenvolvimento deixa bem claro os problemas causados pela situação – contaminações do meio ambiente que podem ser irreversíveis. Esse parágrafo ficou muito bem articulado com a tese, defendendo o argumento com integridade.

Conclusão: Desse modo, os impactos socioambientais do lixo eletrônico precisam ser amenizados.

Para tanto, o Governo Federal – instância máxima de poder – através da parceria com os líderes de empresas privadas, deve não só instalar polos de reciclagem pelas cidades, mas também envolver e recompensar trabalhadores autônomos que recolham esse tipo de material para que este tenha um destino correto.

Outrossim, através de quadros semanais nos meios de comunicação de massa, deve-se alertar a população sobre os riscos que os componentes eletroeletrônicos podem causar à sua saúde e ao meio ambiente.

Essas propostas têm a finalidade de dar o destino correto ao lixo eletrônico e amenizar as consequências geradas pelo descarte incorreto.

Pessoa trabalhando em lixo eletrônico
  • Comentário:  O texto dissertativo-argumentativo modelo ENEM, comumente, exige que a conclusão da redação traga 5 elementos: uma ação de intervenção para os problemas que foram mencionados ao longo do texto; uma agente – que deve ser o responsável pela ação realizada; um meio pelo qual a ação será realizada; um feito ou finalidade para ação; e um detalhamento acerca de pelo menos um dos elementos. Nessa relação, podemos perceber que, além de articular muito bem a proposta de intervenção para problema citado ao longo do texto, todos os elementos exigidos na estrutura de uma conclusão são devidamente abordados.

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Acompanhe nossas postagens para mais dicas de temas e como discuti-los. Bons estudos!

18. Tema para redação: trabalho informal

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, apurada pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), em 2022, o Brasil alcançou uma taxa de 39,7% da população trabalhadora do país em situação de trabalho informal.

Essa porcentagem corresponde a um número recorde de 39,307 milhões de trabalhadores atuando informalmente no mercado de trabalho.

Nesse sentido, o crescimento dos índices desse tipo de trabalho no Brasil é um tema muito pertinente de ser cobrado em provas de vestibulares e demais concursos.

Isso porque esse aumento aponta também para muitas situações de precarização do trabalho – o que se configura como um problema social que merece a atenção das autoridades governamentais brasileiras.

Analisaremos a seguir uma redação nota máxima sobre esse tema: “O crescimento dos índices do trabalho informal no Brasil”.

Assim, além de saber por que caminhos seguir caso esse seja o tema de sua prova de redação, você também alcançará certo senso crítico a respeito dessa temática que possui uma grande urgência de discussão na sociedade brasileira.

Redação nota máxima – tema: “O crescimento dos índices do trabalho informal no Brasil”

Desde a Primeira Revolução Industrial, com o surgimento das máquinas, a exigência social perante a garantia dos direitos trabalhistas começou a se presentificar nas sociedades – evoluindo com o passar do tempo.

Apesar desse avanço positivo, hodiernamente, a população trabalhadora ainda sofre com a ausência desses direitos, sendo induzida a recorrer ao trabalho informal [1]. Diante disso, é indispensável que haja a análise dos ocasionadores de tal estorvo.

Em primeiro lugar, é indubitável que o crescente desemprego é intensificador do trabalho informal.

Nesse contexto, o filósofo Friedrich Hegel defende que o Estado deve proteger seus filhos.

Seguindo a lógica hegeliana, se o Estado submete a população trabalhadora a condições deploráveis de trabalho, esse não cumpre com seu papel de cuidado com os cidadãos brasileiros [2].

Nesse sentido, a ausência de ocupações de trabalho que ofereçam direitos trabalhistas faz com que os indivíduos recorram a informalidade, gerando crescimento da uberização do trabalho – modelo de trabalho conforme a demanda e sem vínculo empregatício – o que contribui com a precarização dos direitos [3] e das condições de trabalho.

Sendo assim, é notória a necessidade de mudanças no quadro vigente.

Em segundo lugar, consequência dessas condições de trabalho é a desvalorização dos profissionais [4].

Nesse sentido, o filósofo socialista Karl Marx, em sua teoria da Luta de Classes, explica o processo de “coisificação” dos indivíduos quando esses são subjugados pelo trabalho.

Seguindo a lógica marxista, a desvalorização dos trabalhadores os “coisificam” e os posiciona a aceitar cenários desumanos de ocupação.

Exemplo disso pode ser visto quando trabalhadores extrapolam o limite de horas viáveis [5] a se trabalhar para cumprir como uma demanda de trabalho.

Desse modo, a ação de agentes interventores torna-se inadiável.

[6] Por fim, diante dos fatos supramencionados, que medidas são necessárias para intervir na sujeição da população ao trabalho informal, assim como nas consequências causadas por esse imbróglio.

Para que isso ocorra (finalidade), é dever do Estado (agente) – que deve promover o bem-estar social (detalhamentos) – oferecer condições trabalhistas dignas a todos os trabalhadores (ação).

Isso deve ser feito por meio da responsabilidade estatal de arcar com o provimento dos direitos trabalhistas a todos os trabalhadores (meios).

Assim, a sociedade poderá gozar de melhores condições para os exercícios das diversas profissões brasileiras.

[1] Logo na introdução, uma ótima tese é estabilidade.

Ela se relaciona com o que chamado de contextualização histórica – o que foi feito citado a Primeira Revolução Industrial para ressaltar desde quando os direitos trabalhistas começaram a se requeridos na sociedade, e assim dizer que: “a população trabalhadora ainda sofre com a ausência desses direitos, sendo induzida a recorrer ao trabalho informal”.

Ou seja, a falta de direitos trabalhistas em muitos ramos empregatícios induz diversas pessoas a recorrer ao trabalho informal.

Dessa forma, já é possível levantar uma questão negativa a respeito do trabalho informal, o qual as pessoas recorrem, sem condição, por necessidades específicas.

[2] Uma ótima referência a Friedrich Hegel é feita neste parágrafo – um repertório legitimando – que afirma que o Estado precisa proteger seus filhos.

Assim, quando isso não acontecer, afirma o texto no sentido da falta de garantias trabalhistas, ocorre um fenômeno chamado de [3] uberização do trabalho – modelos em que os trabalhadores raramente possuem algum direito ou garantia – contribuindo com ainda mais precarização no trabalho.

Nesse sentido, a ausência do Estado em cuidar de seus filhos ficou muito bem relacionada com a falta de direitos gerada pelo trabalho informal.

[4] Para reforçar o problema do trabalho informal no Brasil, o segundo parágrafo de desenvolvimento discute as consequências dele – entre elas, a desvalorização do trabalhador.

Karl Marx é muito bem usado para apontar como tal situação faz com que os profissionais deixem de se tornar pessoas, mas viver o processo de coisificação, sendo explorados nas relações de trabalho informal.

[5] Assim, essa exploração, afirma o texto, pode ser muito bem exemplificada quando os trabalhadores extrapolam as muitas horas de trabalho em vista das relações enfraquecidas de trabalho e direito.

[6] Neste parágrafo de conclusão, marcamos cada um dos elementos necessários em uma conclusão para que você saiba exatamente o que deles estar presente em sua proposta de intervenção.

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Deisy Souza

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